BORBOLETAS

04 fevereiro 2014



História da Sociologia: Pressupostos, origem e desenvolvimento

Nelson Dacio Tomazi

 
   
                Para se compreender como a Sociologia nasceu e se desenvolveu é necessário voltar um pouco no tempo  e analisarmos as transformações que ocorreram a partir do século XIV, quando se  iniciou uma grande transformação: a passagem da sociedade feudal para a sociedade capitalista, ou a passagem da sociedade medieval para a sociedade moderna.  Isso significa que vamos fazer uma pequena viagem histórica para entendermos como e porque a Sociologia surge.

Na história das sociedades humanas sempre ocorreram explicações para o que acontecia no mundo, mas não uma ciência específica para isso. Isso vai acontecer no século XIX. Para se compreender isso é necessário que se conheçam os antecedentes que permitiram que no século XIX emergiu a sociologia como uma ciência da sociedade.

                Pensar do ponto de vista das ciências sociais ou pensar sociologicamente é pensar historicamente a sociedade em que vivemos, o que significa não pensar estaticamente. 

                O que procuramos enfatizar é que para se entender as ideias de um autor e de uma determinada época é fundamental contextualizar historicamente para que sejam compreendidas como parte de um período. Pode-se dizer que os indivíduos e grupos pensam a sociedade em que vivem através de categorias do pensamento que emergem das tradições, do universo religioso, das raízes filosóficas e do conhecimento científico existente até então. 

               
AS TRANSFORMAÇÕES NO OCIDENTE E AS NOVAS FORMAS DE PENSAR A SOCIEDADE.

 
                A Sociologia, no contexto do conhecimento científico, surge como um corpo de idéias que se preocupou, e ainda se preocupa, com o processo de constituição, consolidação e desenvolvimento da sociedade moderna. Ela é fruto da Revolução Industrial e, nesse sentido, é denominada “ciência da crise”, porque procurou dar respostas às questões sociais colocadas por esta revolução que, num primeiro momento, alterou toda a sociedade europeia e, depois, o mundo todo.

                A Sociologia comociência da sociedadenão surgiu de repente, ou da reflexão de algum autor iluminado; ela é fruto de todo um conhecimento sobre a natureza e a sociedade, que se desenvolveu a partir do século XV, quando ocorreram transformações significativas que tiveram como resultado a desagregação da sociedade feudal e a constituição da sociedade capitalista. Essas transformações — a expansão marítima, as reformas protestantes, a formação dos Estados nacionais, as grandes navegações e o comércio ultramarino, bem como o desenvolvimento científico e tecnológico — estão todas vinculadas entre si e não podem ser entendidas de forma isolada e serão o pano de fundo que permitirá entender melhor um movimento intelectual de grande envergadura que alterará profundamente as formas de explicar a natureza e a sociedade daí para frente.

                A expansão marítima, ou as grandes navegações, tem um papel importante nesse processo, pois, com a circunavegação da África, o descobrimento da rota para as Índias e para a América, foi consideravelmente ampliada a concepção de mundo dos povos europeus. A definição de um mundo territorialmente muito mais amplo, com novos povos, novas culturas, novos modos de explicar as coisas, vai exigir a reformulação do modo de ver e de pensar dos europeus.

                Ao mesmo tempo em que se conheciam novos povos e novas culturas, instalavam-se colônias na África Negra, na Ásia e na América, ocorrendo com isso a expansão do comércio de novas mercadorias (sedas, especiarias, produtos tropicais como açúcar, milho, tabaco e café) entre as metrópoles e as colônias, bem como entre os países europeus. Nascia então a possibilidade de um mercado muito mais amplo e com características mundiais.

                A exploração de metais preciosos, principalmente na América e o tráfico de escravos para suprir a mão-de-obra nas colônias, deram grande impulso ao comércio, que não mais ficou restrito aos mercadores das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou Flandres), passando também para as mãos de grandes comerciantes e de soberanos dos grandes Estados nacionais em formação na Europa.

                Toda essa expansão territorial e comercial acelerou o desenvolvimento da economia monetária, com a acumulação de capitais pela burguesia comercial, que, mais tarde, terá uma importância decisiva na gestação do processo de industrialização da Europa.

                As mudanças que se operavam nas formas de se produzir a riqueza pode­riam funcionar se ocorressem modificações na estruturação política. Assim, pouco a pouco vai se desenvolvendo uma estruturação estatal que tinha por base a centralização da justiça, com um novo sistema jurídico baseado no Direito Romano. Houve também a centralização da força armada, com a formação de um exército permanente, e a centralização administrativa, com um aparato burocrático ordenado hierarquicamente, com um sistema de cobrança de imposto que permitiu uma arrecadação constante para manter todo esse aparato jurídico-burocrático-militar sob um único comando. Nascia, dessa forma, o Estado moderno, que veio favorecer a expansão das atividades vinculadas ao desenvolvimento da produção têxtil, à mineração e à siderurgia, bem como ao comércio interno e externo.

                No século XVI, desenvolveu-se um outro movimento, o da Reforma Protestante. Ao entrar em conflito com a autoridade papal e a estrutura da Igreja, este movimento criou uma tendência que valorizava o indivíduo ao permitir a livre leitura das Escrituras Sagradas e, dessa forma, o confronto com o monopólio do clero na interpretação baseada na e nos dogmas. Passou-se então, em vários lugares do mundo ocidental, não a interpretar as Escrituras Sagradas como também se relacionar com Deus individualmente, sem a intermediação dos ministros da Igreja.

                Se há uma nova maneira de se relacionar com as coisas sagradas, há também um outro movimento no sentido de se analisar o universo de outra forma. A razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para se conhecer o mundo; isto é, os homens devem ser livres para julgar, avaliar, pensar e emitir opiniões sem se submeter a nenhuma autoridade transcendente ou divina, que tinha na Igreja a sua maior defensora e guardiã.

                Do século XV ao XVII o conhecimento racional do universo e da vida em sociedade começa a ser uma regra seguida por alguns pensadores; é uma mudança lenta, sempre enfrentando embates contra o dogmatismo e a autoridade da Igreja, a exemplo do Concílio de Trento e dos processos da Inquisição, que procuraram impedir toda e qualquer manifestação que pudesse pôr em dúvida a autoridade eclesiástica, seja no campo da , seja no das explicações que se propunham para a sociedade e a natureza.
 

                QUESTÕES DE ESTUDO E COMPREENSÃO:

 
1-Interprete a seguinte afirmação: “Pensar do ponto de vista das ciências sociais ou pensar sociologicamente é pensar historicamente a sociedade em que vivemos, o que significa não pensar estaticamente. 

2-Cite fatos históricos que contribuíram para dar suporte aos movimentos de cidadãos de senso crítico dispostos a questionar as explicações  dadas para fenômenos da natureza  e para as questões sociais:

 3-Cite a regra essencial proposta pelos intelectuais a partir do século XV para se  analisar o “universo”, a “natureza” e a “vida da sociedade”:

4- Diversos autores intelectuais buscaram, a partir do século XV, interpretar o “Universo”, a “Natureza” e a “Vida da Sociedade” a partir do conhecimento racional. Entre eles: Nicolau Maquiavel(1564-1642), Nicolau Copérnico (1473-1543); Galileu Galilei (1564-1642), Thomas Hobbes (1588-1679), Francis Bacon(1561-1626), René Descartes (1596-1650); John Locke(1632-1704) e Isaac Newton (1642-1727).

 ATENÇÃO:

Vocês alunos devem pesquisar sobre o conhecimento adquirido por cada um dos intelectuais acima, partindo do seguinte critério:

ALUNOS QUE TENHAM A LETRA INICIAL DO PRIMEIRO NOME :
 
Ø Com as letras A e B  pesquisar sobre Nicolau Maquiavel:
Ø Com as letras C e E pesquisar sobre Nicolau Copérnico:
Ø Com as letras F e G pesquisar sobre Galileu Galilei:
Ø  Com as letras H e I  pesquisar sobre Thomas Hobbes:
ØCom as letras J, K e L  pesquisar sobre Francis Bacon:
Ø Com as letras M e N  pesquisar sobre René Descartes:
Ø Com as letras O, P  e Q pesquisar sobre John Locke:
Ø Com as letras R, S e , T, U, V, X , Z e Y pesquisar sobre Isaac Newton:


 
MENSAGEM DE BOAS VINDAS
 
Se a escola fosse uma orquestra
 
 
Se a escola fosse uma orquestra, seria possível ouvir-se a sinfonia da compreensão humana?
Como haver sinfonia se cada músico está com seu instrumento em um tom? Onde está o autor da sinfonia? Ou será que a orquestra é que não quer tocá-la?
A orquestra está desafinada.
E o maestro? Deve ser responsabilizado pelo insucesso?
E os ouvintes, por que não gritam?
Estão mudos?
Não; não sabem gritar.
Gritam , às vezes, buscando em outro músico o fracasso advindo do tom desafinado que emitem.
E você? Também é músico nesta orquestra?
A escola nunca será orquestra, se cada músico não se afinar. Os músicos devem interpretar a partitura da compreensão humana, para atender a cada ouvinte na sua individualidade.
Não basta simplesmente tocar.
A harmonia entre os músicos e os ouvintes é a compreensão, o respeito, a doação, o "assumir", é a responsabilidade, o envolvimento com o trabalho.
Reaja diante da música. Se um tom soa-lhe desafinado, pare!
O ponto de espera é calmo e longo; com sua ajuda virá outra música.
Com certeza será o início de uma verdadeira orquestra onde todos possam entoar a música da Paz, da Harmonia, da Colaboração, do Respeito Mútuo.
(autor desconhecido)

NOSSOS ALUNOS SÃO OS INSTRUMENTOS MUSICAIS QUE DESEJAMOS "AFINAR" .
QUE DEUS  DÊ MUITA SABEDORIA PARA A EQUIPE DA NOSSA ESCOLA  USAR ESSES "INSTRUMENTOS" PARA COMPOSIÇÃO DE MÚSICAS QUE ENCANTEM O PLANETA E A HUMANIDADE.
Maria Isabel